De Companheiros Artificiais e I. A. à Imagem da Besta:. Estaria o mundo sendo preparado para o engano? As pessoas me perguntam por que não veem mais vídeos novos. Pedir para um velho produzir vídeos novos é esquecer que o gás vai acabando à. ...
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Bebês Reborn - Estaria o mundo sendo preparado para o engano? Mario Persona and more...

Bebês Reborn - Estaria o mundo sendo preparado para o engano? Mario Persona

 

De Companheiros Artificiais e I.A. à Imagem da Besta: Estaria o mundo sendo preparado para o engano? As pessoas me perguntam por que não veem mais vídeos novos. Pedir para um velho produzir vídeos novos é esquecer que o gás vai acabando à medida que a idade avança. Depois de três cirurgias que deixaram meu torso mais parecendo colcha de retalhos, não tenho a disposição física que tinha. Cheguei a fazer alguns meses de academia, mas uma inflamação do nervo ciático berrou para eu parar. Além disso tenho mais de oito mil vídeos publicados falando da unha do pé ao fio do cabelo, isto é, de todos os assuntos possíveis.


Nos últimos dias uma inflamação da garganta causada por refluxo mexeu com minhas cordas vocais e desisti de seguir a carreira de cantor. Para alguns de meus vídeos eu criei introduções em texto transformado em áudio usando um clone de minha própria voz. Quando gastei os créditos do serviço precisei usar outras vozes sintéticas e alguns reclamaram. Mais alguns dias e o serviço irá acrescentar mais créditos em minha conta e poderei usar minha voz novamente. Quero dizer, o clone de minha voz.


Alguns pediram que eu falasse da nova moda de filhos que não choram, não fazem xixi, cocô e nem dão trabalho. Falo das bonecas – oops! Agora uma mãe reborn me mata! – chamadas de “reborn babies”. Não tenho visto mais delas, mas já vi uma mais moderna que conversava. Uma admiradora me enviou de presente para eu dar para meu neto que devia ter um ou dois anos na época. O boneco era enorme e viajou para os Estados Unidos. Tinha olhos grandes amendoados e era mais assustador que o papagaio da Ana Maria Braga quando decidia conversar. Abri a caixa na sala da casa de minha filha e, quando meu neto viu aquele ET falando, trepou no pai como quem trepa numa árvore, gritando e chorando de terror. Minha filha deve ter dado o boneco para algum menino mais corajoso que meu neto.


 Quando eu era criança não existiam tantos recursos quanto hoje, mas existiam aquelas bonecas que eram cruzamento de boneca com bicho-preguiça. Ficavam largadas na cama do casal sem fazer nada porque, exceto pela cabeça, o corpo era cheio de algodão. Assustadoras e de um tremendo mau gosto. Minhas irmãs tinham bonecas, e eu brincava de casinha com elas, mas não eram tão perfeitas quanto as de hoje. As bonecas de minha irmã mais velha tinham corpo de plástico duro e a cabeça de borracha macia, e o máximo que conseguiam fazer era abrir e fechar os olhos.


Mas minha irmã mais nova oito anos em relação a ela, já ganhava bonecas mais reais, que falavam e choravam, quando uma cordinha era puxada em suas costas. Também faziam xixi. De vez em quando eu era a boneca de minha irmã mais velha, como quando me vestiu de Chapeuzinho Vermelho para um teatrinho que ela inventou. Não, minha irmã não era o Lobo Mau, este papel coube à minha babá.


Tínhamos dois “pets” que na época chamávamos apenas de cachorros. Eram da raça Fox, a Tip e o Top, uma fêmea e um macho, nenhum deles chamados de “menine”. Faziam boa companhia, mas nunca pensaríamos em vesti-los como gente e nem os chamar de filhos. Era a época quando ainda existiam os hospícios e ninguém queria arriscar ir parar em um deles. Quando minha irmã mais velha era bebê minha mãe contratou uma cozinheira que vivia dizendo que um dia ainda iria assar aquele bebê como um porquinho. Quando minha mãe descobriu que a mulher tinha fugido do hospital psiquiátrico Sayão de Araras, achou melhor mandá-la embora. Só para garantir.


Na época o Whatsapp funcionava na calçada, com as senhoras puxando suas cadeiras de dentro de casa para fofocar ali. A programação da TV começava acho que às 18 horas com a Sessão Pim-Pam-Pum, depois vinha alguma novela, o Repórter Esso e a propaganda dos cobertores Parayba que mandava criança dormir. Nada de computador, tablet, smartphone, coisas que não tinha nem nos filmes de ficção científica. Exceto nos gibis do Dick Tracy, que tinha um relógio de pulso que era rádio.


Mas tudo mudou muito rápido, da válvula para o transistor para o microchip. E o coração humano, antes profundamente enraizado em relacionamentos com outras pessoas e com Deus, passou a ser cada vez mais redirecionado para substitutos artificiais. Quem na época poderia imaginar que humanos se casariam com bonecas infláveis e chamariam cães e gatos de filhos e filhas?! Passamos a alimentar animais de estimação digitais, amamos bonecas robóticas, conversamos com parceiros de IA e, em alguns casos, adoramos máquinas que falam e respondem como humanos. Em todo o mundo, as pessoas estão se voltando para companheiros digitais e artificiais para preencher vazios emocionais:


Bonecas ultrarrealistas cuidadas por adultos, às vezes para substituir crianças perdidas, mas também cada vez mais como companheiras para aqueles solitários ou emocionalmente feridos. Robôs sexuais de Inteligência Artificial e amantes virtuais, que oferecem intimidade e obediência sem a bagunça dos relacionamentos humanos. Estas últimas até não são tão modernas assim. Radicais islâmicos acreditam que se virarem mártires explodindo seu corpo num mercado cheio de gente irão morar num paraíso com 72 virgens de olhos negros, pele branca e cabelos pretos que não ficam menstruadas, não evacuam e são perfeitamente depiladas. Tente depilar uma boneca inflável e ela vai explodir.


Então nos anos 90 os japoneses, que eram os chineses da época, inventaram os Tamagotchis, formas primitivas de vida digital que imitavam afeto e responsabilidade, abrindo caminho para um investimento emocional mais profundo em entidades não humanas. Vieram depois os Chatbots de Inteligência Artificial, como o Replika, que alguns chamam de "almas gêmeas", preferindo-os a pessoas reais. Influenciadores e personalidades digitais como Lil Miquela ou o japonês Azuma Hikari conquistaram seguidores humanos reais, moldando gostos, tendências e até relacionamentos.


Estes exemplos apontam para uma mudança mais profunda: o condicionamento da humanidade a aceitar formas de vida artificiais como emocionalmente, relacionalmente e até espiritualmente significativas. E aí você descobre os versículos 13 ao 15 do capítulo 13 de Apocalipse, que  pinta uma imagem perturbadora do fim dos tempos. Ao se referir ao anticristo, diz:


“E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.”


Se você acha que fazer uma imagem falar é difícil é porque nunca usou as dezenas de aplicativos para computador e celular que transforma fotos em animações perfeitas, com voz e tudo. Essa “imagem da besta”, que recebeu fôlego e voz, torna-se um objeto de adoração e controle. Ela não é mais apenas um símbolo; é animada, vocal, autoritária — e perigosa. Os paralelos com a tecnologia moderna são difíceis de ignorar, mas eu apostaria mais em poder satânico do que em tecnologia para fazer isso.


De qualquer modo já estamos criando imagens que falam, sejam assistentes holográficos, avatares de IA ou robôs realistas, e são uma maneira de nos acostumarmos a isso. Durante décadas os gibis e desenhos animados nos fizeram acostumar com bichos falantes e até com um Pato Donald que andava só de camisa, sem calças. As imagens tecnológicas estão sendo cada vez mais confiáveis, ouvidas e até obedecidas. E pensar que quando criança eu adorava colocar moedas na caixinha da Igreja da Boa Morte que tinha um anjinho em cima que abaixava a cabeça como se agradecesse a esmola!


Em alguns países, a IA está sendo introduzida em ambientes religiosos — padres robôs, rituais guiados por IA e até mesmo "deuses" de IA. As pessoas estão sendo emocionalmente condicionadas a aceitar autoridade artificial, especialmente quando ela proporciona conveniência, afirmação ou companheirismo. Será que a infraestrutura espiritual para a imagem da besta já está sendo construída? Não posso afirmar, mas certamente vemos um entorpecimento emocional cada vez maior aliado a uma cegueira espiritual rampante.


Um dos perigos aqui não é apenas a tecnologia em si, mas o que ela faz à alma humana. Ao trocarmos afeição real por substitutos programáveis, nós nos tornamos emocionalmente isolados, mas digitalmente apegados. Ansiamos por controle sobre relacionamentos, em vez de vulnerabilidade e crescimento e perdemos a capacidade de discernir o verdadeiro do sintético, o sagrado do profano.


Esse embotamento dos sentidos espirituais é precisamente o que as Escrituras alertam que acontecerá no fim dos tempos: o engano não virá por meio da força bruta, mas por meio de sinais impressionantes, falsa intimidade e complacência espiritual. Ao falar dos que ficarem no mundo após o arrebatamento da Igreja, o apóstolo Paulo escreve:


“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda;  A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniquidade.” 2 Tessalonicenses 2:8-12


Este não é um chamado para temer toda a tecnologia, mas um chamado ao discernimento espiritual. Assim como os cristãos do primeiro século tiveram que discernir ídolos falsos em pedra e ouro, agora precisamos discernir ídolos feitos de código, silicone e circuitos. À medida que as companhias artificiais se tornam mais sofisticadas e as necessidades emocionais são cada vez mais insatisfeitas na comunidade humana, o mundo pode estar preparado — psicológica e espiritualmente — para abraçar algo como a imagem da besta: um símbolo vivo e falante de poder que exige lealdade, impõe obediência e pune a dissidência.


Ainda não se sabe se a IA e a robótica cumprirão diretamente as profecias — mas uma coisa é: elas estão preparando corações e mentes para um mundo em que o engano parece conforto e a idolatria parece progresso.


A ascensão do afeto artificial não é apenas uma questão tecnológica — é um campo de batalha espiritual. À medida que as pessoas substituem relacionamentos reais por substitutos digitais, a alma humana se torna vulnerável à manipulação, à desconexão e à falsa adoração. Apocalipse 13 não é mais apenas um aviso distante e enigmático — pode ser uma realidade em desenvolvimento, tomando forma nas escolhas que fazemos todos os dias. Agora é a hora de despertar então, buscar a verdade e resistir à atração do conforto artificial que um dia pode se tornar cativeiro espiritual.




    
 


Será que o Elon Musk é o anticristo? Mario Persona

 


Será que Elon Musk é o anticristo? Seria ele adepto das ideias do Adolfo? Essa dúvida se espalhou pelas redes sociais depois de isolarem um frame de Elon Musk num discurso que fez na posse do presidente Trump esticando o braço como faziam os oficiais que lambiam as botas do Adolfo. Logo um enxame de esquerdistas e até jornalistas saíram brandindo suas maças (não confunda com maçãs), que eram as armas medievais, bastões que não serviam só para jogar beisebol, mas principalmente para abrir o crânio dos adversários.

Na verdade quem precisa ter seus crânios abertos seriam esses que enxergam pelo em ovo e chifre em cabeça de cavalo. Alguém com mais de dois neurônios, que viu o discurso inteiro, percebeu que, no momento em que ele falou que estava lançando seu coração para a plateia, fez o gesto, primeiro para a plateia da frente e depois para a platéia de trás do palco. Foi por julgamentos sumários assim, baseados em suposições, que muita gente acabou queimada na fogueira da Inquisição.

Mas é claro que no caso do Elon pesa muito a inveja de muitos que não acreditavam que foguete poderia dar marcha à ré ou que um carro poderia viajar sem motorista. Hoje os fissurados em gestos e símbolos sempre vão encontrar uma explicação suspeita para alguém que estende o braço para o motorista de ônibus ou alisa a gola do paletó com o indicador e o polegar. Adolescentes foram mortos no Brasil quando traficantes encontraram em seus celulares fotos em que apareciam fazendo um gesto com as mãos que foram interpretados como se eles fossem de uma facção rival. Mais um caso de carência de neurônios da parte dos algozes.

Para os que já consideravam Elon Musk como o anticristo encarnado, algo assim só põe mais lenha na fogueira dos inquisidores das redes sociais. Mas esse comportamento de suspeição de tudo e de todos, que tem mais a ver com o crânio dos que seguram a clava do que dos que têm seus crânios esmagados por ela, não é novo. Quem já foi católico e estudou o Tribunal do Santo Ofício sabe muito bem que a prática é antiga. Recentemente um componente do novo governo de Trump precisou explicar num vídeo que a iniciativa de prender imigrantes ilegais não era o mesmo que colocá-los em masmorras fedidas ao estilo da inquisição católica, mas em prisões modernas, bem projetadas para uma detenção humanitária.

É o caso de uma das histórias marcantes que ilustram a perseguição religiosa e cultural promovida pela Inquisição no Brasil colonial. O período foi marcado pela atuação do Tribunal do Santo Ofício, que investigava e punia práticas consideradas heréticas, muitas vezes direcionadas contra os chamados cristãos-novos — judeus convertidos ao cristianismo (ou seus descendentes), que eram frequentemente acusados de manter práticas judaicas em segredo. Será que os católicos nunca perceberam que aquela homem que aparece numa cruz em seus templos era um judeu?

Em 1705 nascia no Rio de Janeiro Antônio José da Silva, conhecido como cristão-novo. Cristãos novos eram chamados assim os judeus que haviam sido convertidos à força ao catolicismo e batizados como cristãos, enquanto seus bens eram surrupiados pela volúpia papal do Vaticano. Você queria saber de onde vinha tanta riqueza amontoada no Vaticano? Agora sabe. Prender e condenar judeus era um negócio muito lucrativo. Embora tenha vivido no Brasil colonial e estudado em Portugal, Antonio José da Silva foi acusado de praticar o judaísmo em segredo. Uma das acusações levantadas contra ele foi o hábito de lavar os pés diariamente, o que os inquisidores de pés encardidos interpretaram como uma prática associada ao ritual judaico de purificação. Num país onde ruas e calçadas eram de terra, se você lavasse os pés todos os dias seria chamado de herege, se não lavasse seria chamado de porco.

Em 1713, sua família foi denunciada ao Tribunal do Santo Ofício por práticas judaizantes, e ele acabou sendo levado para Portugal com outros suspeitos. Antônio José da Silva foi preso, submetido a interrogatórios e torturas, e forçado a confessar crimes que talvez jamais tenha cometido. Apesar das acusações e de sua origem de ser um cristão-novo, ele conseguiu libertar-se da primeira prisão. Mais tarde, em 1737, foi preso novamente e, dessa vez, condenado à morte. Em 1739, foi queimado vivo em um auto de fé em Lisboa, como muitos outros acusados de heresia.

No período colonial, práticas cotidianas, como hábitos de higiene, alimentação ou celebrações, podiam ser interpretadas como sinais de heresia, como hoje um sinal com braço esticado ou gestos das mãos são interpretados como filiação partidária ou de facção pelos sem noção. Cristãos-novos eram alvos frequentes, já que a Inquisição associava suas ações a possíveis resquícios de judaísmo. O Tribunal do Santo Ofício operava como um mecanismo de repressão, utilizando denúncias, torturas e execuções para garantir a "pureza" da fé católica.

Além disso, muitos acusados eram vítimas de perseguições motivadas por interesses econômicos, políticos ou pessoais, já que a denúncia poderia levar à confiscação de bens e ao enfraquecimento político de famílias influentes. Geralmente alguém chegava à fogueira por denúncia de algum desafeto ou interessado em ganhar um quinhão de seus bens, que eram divididos entre a Igreja Católica e o Rei do país.

No caso de Elon Musk, logo apareceram nas mídias sociais vídeos denunciando diversos esquerdistas fazendo o mesmo gesto de braço esticado, de estudantes no ponto de ônibus e até de um "Caramelo", o proverbial cão de estimação do pessoal da direita, esticando a pata numa saudação típica da Alemanha de outrora.

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
    
 


Não posso levar meu filho autista às reuniões?

 


PERGUNTA: Quando falamos sobre nosso filho ter TEA (Transtorno do Espectro Autista) e geralmente não fala, mas emitir uns sons altos, um irmão falou que quando isso acontecesse devíamos levar nosso filho para fora da reunião para não atrapalhar. Fiquei em dúvida se poderia ir ou não pois o meu filho é hiperativo. Como proceder vou sem o meu filho?

RESPOSTA: Esta é a dúvida de muitos pais que têm filhos incapazes de se comportar numa reunião. Tenho um filho com algum grau de TEA que precisou ser treinado para ficar em silêncio nas reuniões. A dúvida e às vezes até indignação por achar falta de amor impedir um bebê chorão ou um autista de participar das reuniões da igreja vem de um entendimento supersticioso do que seja a reunião da igreja. Vindos do catolicismo, imaginamos que exista algum poder mágico na reunião que de algum modo poderia influenciar positivamente quem estivesse naquele ambiente, então seria errado impedir que alguém participasse. Tal pensamento fez o catolicismo e o protestantismo projetar templos que de algum modo influenciasse as pessoas com música, vitrais coloridos, velas, incenso etc.

Mas o que é uma reunião da igreja? A Bíblia responde. Quando os primeiros cristãos se reuniam eles "perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:42). Perseverar na doutrina é aprender a doutrina como numa sala de aula, com alguém explicando e os outros ouvindo atentamente em comunhão, ou seja, numa atitude assertiva. O partir do pão é a ceia do Senhor na qual recordamos sua morte, seu corpo morto e seu sangue derramado por meio dos símbolos do pão e do vinho. Apesar de sabermos que ele ressuscitou, o clima é de um velório, com respeito e cerimônia. Finalmente, nas orações enquanto um ora e os outros escutam atentamente para poderem dar seu "Amém" ou "Assim seja". 

Não faltam ensinos nas cartas apostólicas para mostrar que tudo isso acontece em um clima de solenidade e respeito. Se estamos reunidos para aprender da doutrina e comunhão dos apóstolos é evidente que precisam existir condições propícias para isso como numa sala de aula, e se você foi à escola se lembra de quantas vezes o professor pedia silêncio. 1 Coríntios 14:40 enfatiza a importância da ordem nas reuniões da igreja: "Mas tudo deve ser feito com decência e ordem." Além disso, há uma passagem em 1 Timóteo 2:11-12 que trata sobre o aprendizado em silêncio, embora esteja mais relacionada ao contexto das mulheres na igreja: "A mulher deve aprender em silêncio, com toda a submissão. Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio."

Uma ceia onde cada um faz o que quer e como quer é condenada em 1 Coríntios 11:20-21 diz: "De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor. Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se. Não tendes porventura casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo."

Finalmente, apesar de o diabo ter conseguido desvirtuar as reuniões de oração no meio pentecostal, onde se cria uma balburdia que mais parece uma histeria coletiva, com todos falando ao mesmo tempo palavras inteligíveis ou não, uma reunião de oração na igreja deve ser ordeira e feita de modo a todos entenderem o que está sendo dito para poderem dar seu "Amém" de aprovação. Paulo alerta em 1 Coríntios 14:9 "Assim acontece com vocês: se não proferirem palavras compreensíveis com a língua, como alguém saberá o que está sendo dito? Vocês estarão simplesmente falando ao ar." Também em 1 Coríntios 14:23, 27-28, 33 "Se, pois, toda a igreja se reunir e todos falarem em línguas, e entrarem alguns que não entendem ou descrentes, não dirão que vocês estão loucos?... Se alguém falar em língua, devem falar dois, no máximo três, e alguém deve interpretar. Se não houver intérprete, fiquem calados na igreja, falando consigo mesmos e com Deus... Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz, como em todas as congregações dos santos."

Resumindo, a reunião da Igreja deve acontecer em ordem e em clima solene, nada de gritarias ou demonstrações histéricas. Então se alguém tem um filho incapaz de se controlar, deve evitar levá-lo às reuniões, ou se tem um bebê que chora continuamente deve sair da sala para não atrapalhar o ensino da Palavra, a ceia do Senhor e as orações, que são a razão de as pessoas estarem reunidas. Evite o pensamento supersticioso de que privar alguém da reunião significa que essa pessoa deixará de ser "energizada" por bons pensamentos ou algo assim, como pensam os pagãos. O culto cristão é um culto racional, ou seja, feito com a razão e não com os sentidos soltos e guiados por emoções. "Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas", nos ensina 1 Coríntios 14, e não ficam independentes para agirem como a carne mandar. "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." Romanos 12:1-2

por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
    
 


Os Dois Maridos de Romanos 7 - Charles Stanley

Os Dois Maridos de Romanos 7
por Charles Stanley (Narração Mario Persona)

Pode-se dizer que este capítulo é o clímax dos argumentos do Apóstolo sobre justificação e frutificação. Nada poderia ser mais oportuno do que a ilustração dos dois maridos, e não preciso dizer que o argumento inspirado é irrespondível.

É de grande importância notar aquelas poucas palavras no meio do primeiro versículo, colocadas como um parênteses: "Porque falo aos que conhecem a lei." Isso mostra que o Apóstolo estava se dirigindo especialmente aos crentes judeus neste capítulo. "Não sabeis vós... que a lei tem domínio sobre o homem enquanto ele vive? Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele vive; mas, se ele morrer, ela está livre da lei de seu marido. De sorte que, enquanto viver o marido, será chamada adúltera se for de outro homem; mas, se ele morrer, ela estará livre da lei; e não será adúltera se for de outro homem. Portanto, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei, pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que eram pela lei, operavam em nossos membros para dar fruto para a morte. Mas agora estamos livres da lei, estando mortos para a qual estávamos retidos, para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra” (vs. 16).
Aqui temos os dois maridos. O velho marido que os judeus tinham — isto é, a lei. O cristão foi desposado com o novo marido, isto é, com o Cristo ressuscitado. E assim como uma mulher não podia ser legalmente casada com dois maridos ao mesmo tempo, assim é mostrado que o crente não pode ser casado com Cristo e com a lei.

Nos versículos 5,7-24, o apóstolo descreve a vida conjugal com o velho marido. Agora, suponha um casal cujas disposições são tão completamente contrárias uma à outra que quanto mais a pobre esposa tenta fazer o seu melhor, mais repreensões e golpes ela recebe, até que sua vida se torna tão miserável que ela anseia pela libertação dessa luta de miséria — e você tem a imagem exata aqui descrita da condição miserável daqueles que foram casados ​​com a lei. Não é que a lei tenha sido um marido tão ruim: ela era justa, santa e boa. Mas a natureza do homem era tão completamente má, tão completamente carnal — vendida sob o pecado. Foi isso que Paulo e os crentes judeus encontraram quando estavam na carne sob a lei. “Porque, quando estávamos na carne, as moções dos pecados, que eram pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.” Eu digo que nenhum casal neste mundo jamais teve disposições mais contrárias do que Paulo encontrou entre sua natureza e a santa lei de Deus.

Ele continua descrevendo sua condição quando estava na carne, casado com seu velho marido: “Porque sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Pois o que faço, não o aprovo; porque o que quero, isso não faço; mas o que aborreço, isso faço.” Tal era o poder do pecado habitando nele que, embora ele consentisse plenamente com a lei de que era bom e desejasse sinceramente fazer o que era certo, ainda assim ele não tinha poder: “Como fazer o que é bom, não acho. Pois o bem que quero, não faço; mas o mal que não quero, esse faço.” Sim, ele encontrou o pecado habitando nele — sim, seu poder era uma lei fixa em sua natureza: “Encontro então uma lei, que, quando quero fazer o bem, o mal está presente comigo.” Sim, mesmo que uma alma vivificada, ainda na carne sob a lei, por mais que o homem interior possa desejar mantê-la, ainda assim a natureza pecaminosa era muito forte e, portanto, a mais profunda miséria: “Porque tenho prazer na lei de Deus segundo o homem interior; mas vejo nos meus membros outra lei, guerreando contra a lei da minha mente, e me levando cativo à lei do pecado que está nos meus membros.

"Esta, então, é a imagem que o Apóstolo desenha da vida de casado sob o velho marido. Como uma pobre mulher que tentou longa e arduamente agradar ao marido até que finalmente perdeu toda a esperança e não diz mais: Quem me ajudará a agradá-lo? mas, ó mulher miserável que sou, quem me livrará? assim diz o Apóstolo. Ele não orou por ajuda para agradar ao velho marido, mas, “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” O próximo versículo apresenta o novo marido: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor.” Encontraremos o estado de casamento com o novo marido tão abençoado quanto havia sido miserável sob o antigo. Há duas coisas especialmente no capítulo 8 que marcam essa bem-aventurança: Desposado com Cristo, não há condenação nem separação.

Voltemos, então, e observemos cuidadosamente como o desposório ocorreu. O apóstolo estava aqui raciocinando com aqueles que estavam sob o o ld marido, e se examinarmos cuidadosamente os santos oráculos de Deus, descobriremos que os judeus estavam sob a lei, ou casados ​​com o primeiro marido, por 1500 anos. É muito estranho que muitos cristãos não tenham notado que a lei não foi dada por 2500 anos — isto é, de Adão a Moisés. Agora, em vez de discussão raivosa, não seria muito melhor pesquisar as Escrituras e ver se essas coisas são assim?

Adão não foi testado por uma lei dada quando estava em inocência? Ele não caiu pela transgressão? Toda a sua raça não caiu nele e assim a morte passou a todos? “Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens” (Rm 5:12). Certamente é muito claro que toda a raça humana foi assim colocada sob o pecado e a morte. Mas agora, daquele ponto — da queda de Adão até a promulgação da lei no Monte Sinai, um período de 2500 anos — você consegue encontrar uma única passagem que implique que houve lei ou transgressão durante todo aquele período? “Pois onde não há lei, não há transgressão.” E não houve lei dada de Adão a Moisés. Portanto, não houve transgressão.

Alguns, não sabendo a distinção entre pecado e transgressão, saltam para a conclusão de que se não houvesse lei, então não havia pecado e, portanto, não havia necessidade da morte expiatória de Cristo. Mas a Escritura insiste neste mesmo ponto — que embora não houvesse transgressão (Rm 5:13-14), ainda assim havia pecado quando não havia lei. “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão.” Certamente esta e muitas passagens semelhantes da Escritura provam que a lei não foi dada a todos os homens, senão como poderia alguém pecar sem lei? Quem são os gentios sem lei (Rm 2:12,14), se a lei foi dada a todos e, como alguns professores nos dizem, todos estão sob a lei? É de suma importância entender claramente este ponto.

Deixe-me dar uma ilustração muito simples. Suponha que um professor tenha um grupo de meninos muito indisciplinados e sem lei, ele conhece bem a rebeldia deles, mas até certo dia ele nunca lhes deu uma ordem positiva. Ele agora escreve a seguinte lei e dá a ordem mais estrita de que nenhum menino poderá fazer uma marca na parede. Pode ter havido marcas na parede antes, mas (se eu sei alguma coisa sobre a natureza humana) na primeira vez que o professor virar as costas, haverá dez vezes mais rabiscos do que nunca. Houve o pecado de marcar a parede antes, mas agora que a ordem foi dada, o pecado se torna transgressão; a consciência lhes diria que era errado ter tal inimizade a ponto de desfigurar a parede antes, mas quando o mandamento vem, os rabiscos abundam, e isso é transgressão. Agora, a lei entrou para este propósito: “Para que a ofensa abundasse” (Rm 5:20). Foi adicionada por causa de (ou, para) transgressões até que a semente viesse (Gl 3:19). Examine cuidadosamente o contexto desta passagem. Não estou ciente de que qualquer verdade seja mais claramente ensinada nas Escrituras do que esta — que não havia nem a lei nem a transgressão da lei até que Deus a deu, a uma nação apenas, com o propósito especial de provar a natureza pecaminosa do homem em transgressão aberta e, assim, toda boca sendo fechada, todos foram provados culpados. A necessidade do homem daquele grande e maravilhoso presente, o Salvador Jesus Cristo, o Senhor, foi mostrada.

Perguntei a um irmão cristão outro dia se ele poderia me dar qualquer razão, das Escrituras, para a opinião que ele tinha — que nós na Inglaterra e todos os homens estávamos sob a lei.

“Bem”, disse ele, “eu diria porque somos todos filhos de Moisés.”

Fiquei um tanto surpreso, confesso, por esse motivo, mas não sei se já ouvi algo melhor. 

"O que você quer dizer", disse eu, "com todos nós sendo filhos de Moisés?"

"Bem", ele respondeu, "quero dizer que somos todos da religião de Moisés".

Eu senti que havia, infelizmente, muita verdade nessa última frase. Eu me esforcei para mostrar a ele que a Escritura ensina, distintamente, que nós que cremos somos da mesma religião que Abraão. Mas ele parecia nunca ter lido que a lei não foi dada a Abraão de forma alguma — não, nem mesmo até 430 anos depois dele. Olhe atentamente para Gálatas 3:16-17 e veja se esse não foi o caso. Então, se a lei não foi dada a Abraão ou a nenhuma das nações em seus dias ou durante os 2000 anos antes dele ou às nações por 500 anos depois dele, como pode ser demonstrado que ela foi dada a todas as nações? Certamente, deve haver grande ignorância das Escrituras sobre esse assunto.

Não deixe, no entanto, o adversário dizer que, porque não havia a lei, e, portanto, nenhuma transgressão da lei, isso também prova que não havia pecado e nenhuma necessidade da morte expiatória de Cristo. Houve a mesma necessidade de Adão a Moisés. “Porque até à lei o pecado estava no mundo” (Rm 5:13), e embora o pecado não fosse — não pudesse ser — imputado como transgressão, como a transgressão de Adão, de uma lei positiva, ainda assim a morte reinou, mesmo de Adão a Moisés. E assim foi mostrada a necessidade do homem daquilo que somente pode atender ao seu caso — a morte de Cristo, a Substituto. Também é verdade que quando a lei foi dada àquela nação autoconfiante no Sinai, o catálogo negro de ofensas em transgressão aberta tornou a condição do homem ainda mais manifesta. Mas a graça abundou quando esses guardadores da lei ostentosos assassinaram o Filho de Deus: Mesmo para eles, a graça proclamou o perdão dos pecados em Seu nome. Os guardadores da lei ostentosos sempre odiaram e caluniaram os filhos da graça desde então, como hoje, odiaram e caluniaram. Que o Deus abençoado de toda a graça nos impeça de retribuir insulto com insulto, mas antes mostre a eles a graça que foi publicada pela primeira vez em Jerusalém. Mas que nenhum ponto seja mal compreendido. Ao falar da retidão e da posição do homem diante de Deus, que não se suponha que duvidamos, por um momento, dos princípios justos do governo de Deus, antes ou depois da lei.

Tome o livro de Jó. A lei não foi dada então, e é claro que nunca é nomeada nela ou no livro de Gênesis, e ainda assim quão distintamente vemos os princípios do certo e do errado escritos na consciência. No entanto, a lei não foi dada e, portanto, não era nem o princípio nem o poder da retidão nem a regra da vida, como às vezes é estranhamente chamada.

Os fatos claros, então, da Escritura são estes: Por 2500 anos da história deste mundo, a lei não foi dada, desde a queda de Adão até a entrega da lei no Sinai. Como não havia lei para aquele período, não houve transgressão da lei, à semelhança da transgressão de Adão. Houve, no entanto, pecado. A morte passou para todos os homens, pois todos pecaram. E desde os dias de Abel em diante, a Escritura ensina claramente a impossibilidade da aproximação do homem a Deus, exceto pela morte do Substituto.
Então, por 1500 anos, a lei foi dada a uma nação, para mostrar completamente o que o homem estava em transgressão aberta. Todos pecaram; os judeus transgrediram. No momento em que a lei foi dada, o pecado se tornou transgressão: Eles dançaram ao redor do bezerro.

O texto em 1 João 3:4 pode ser citado como contraditório à declaração do Apóstolo quanto aos 2500 anos em que não havia lei nem, é claro, transgressão. Mas uma referência ao grego mostrará que a passagem está em perfeita harmonia. Ela apenas mostra isso: quando a lei é dada, então o pecado se torna transgressão. "Todo aquele que comete pecado também transgride a lei." "Porque o pecado é iniquidade" (JND) — na versão King James, "a transgressão da lei." É mais verdadeiro desde que a lei foi dada e a quem foi dada que o pecado se torna a transgressão da lei, mas isso não contradiz outras escrituras ao dizer que o pecado foi a transgressão da lei durante todas aquelas eras antes de ser dada.
Muito bem, então, pode-se dizer, se a lei não foi dada por 2500 anos e então foi dada a Israel por 1500 anos, o que dizer dos 2000 anos desde então? A Escritura ensina que todos os homens foram colocados sob ela por Cristo ou pelo Espírito Santo desde que Cristo ressuscitou dos mortos, ou ensina que ela foi então abolida, no que diz respeito aos crentes que estavam sob ela? Esta é uma questão muito solene.

Que o Senhor nos dê total sujeição à Sua Palavra, e isso nunca acontecerá se este grande assunto for abordado em um mero espírito controverso. Esperemos realmente em Deus em oração para que o Espírito Santo possa trazer diante de nossas almas a clara luz da Escritura.

O bendito Senhor nasceu naquela nação que estava sob a lei, e Nele e por Ele cada jota e til da lei foi cumprido. Para aqueles que estavam sob a maldição da lei quebrada, Ele se tornou uma maldição, certamente não durante Sua vida imaculada, mas somente quando na cruz, "porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro". Ele não apenas suportou a maldição daquela nação, mas foi "feito pecado por nós". Oh! que amor e justiça era isso! O Filho de Deus — o Santo — o Criador e sustentador de todas as coisas — pendurado em um madeiro! Ele foi amaldiçoado pelos homens, mas pelos meus pecados amaldiçoado — abandonado — por Deus. Ó, meu Senhor, sempre foi amor como o Teu! Meu substituto imaculado, eu Te adoro e adoro para sempre!

É extremamente proveitoso traçar nas epístolas a aplicação da morte expiatória de Cristo tanto aos judeus, que estavam sob a lei, quanto aos gentios, mortos em pecados sem lei. Duas passagens podem ser suficientes; muitas outras são igualmente explícitas. Falando dos gentios, o apóstolo diz: “E a vós outros, quando estáveis ​​mortos nos vossos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas.” Então, dos judeus crentes: “Havendo riscado o escrito de dívida que era contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz” (Cl 2:13-14). Novamente, dos judeus crentes: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós.” Então, dos gentios: “Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo” (Gl 3:13-14).

Mas, para retornar, quanto a esses 2000 anos desde a morte e ressurreição de Cristo, estamos nós, como crentes, sob o ministério tentativa de lei escrita em pedras, ou é abolida, mesmo para aqueles que estavam sob ela? O apóstolo a chama de “o ministério da morte, escrito e gravado em pedras”. Ele a declara “acabada”. “Aquilo que é abolido”. O homem a chama de regra da vida e diz que estamos sob ela: Devo crer no homem ou em Deus? (Veja 2 Coríntios 3.) Eu limitaria cuidadosamente essas observações aos crentes em Cristo. Eles são guiados pelo Espírito e, portanto, não estão sob a lei.
Como eu disse no início deste panfleto, o capítulo diante de nós, Romanos 7, é o clímax do argumento do apóstolo. Pela alegoria dos dois maridos, ele mostra a total impossibilidade do crente estar unido a Cristo e ainda sob a lei. E não devemos esquecer que o apóstolo está combatendo o erro mais forte de seu tempo, isto é, que não era suficiente ser justificado por Cristo, mas era necessário também guardar a lei. Não preciso dizer que este ainda é o erro mais forte de nossos tempos. Bem, diz o Apóstolo, a coisa é impossível e apela aos judeus que conheciam a lei.

Sob a lei, uma mulher não podia se casar com dois maridos ao mesmo tempo. Se ela for para outro homem enquanto seu marido vive, ela é chamada de adúltera. Veja a força disto: Se o homem é visto como ainda vivo na carne, sob a lei, ele não pode ser desposado com Cristo. Seria uma confusão tão grande quanto o adultério. O Apóstolo então pode muito bem ser tão veemente em se opor a esta doutrina. Os dois estados são tão diferentes que é impossível estar em ambos.

O judeu, que havia sido considerado vivo na carne, agora era considerado morto pela morte de Cristo; sim, morto para o antigo estado de casamento. Os gentios foram encontrados mortos em pecados e ressuscitados daquele mesmo estado e desposados ​​com o Cristo ressuscitado (Ef. 2; 5). Não falo disso agora. Mas dos judeus o Apóstolo diz: “Portanto, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo; para que vos caseis com outro, com aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus” (Rm 7:4).

Portanto, não vemos que as passagens que se seguem, em vez de serem a experiência adequada do cristão, são realmente o contraste mais forte possível? “Porque quando estávamos na carne”: Agora, ele não se refere claramente aqui a um estado anterior, isto é, a experiência dos judeus sob o primeiro marido, a lei? “Quando estávamos na carne, as moções dos pecados, que eram pela lei, operavam em nossos membros para dar fruto para a morte”, e, portanto, toda a miséria do pobre velho eu, quando na carne sob a lei. Mas o apóstolo mostra claramente que aqueles que estavam neste estado miserável foram libertos dele? Com ​​certeza ele o faz — a mesma coisa que ele afirma no próximo versículo e também mostra como eles foram libertos. Não perca o como. “Mas agora estamos libertos da lei, que estando mortos,” ou, como a margem expressa mais claramente, “estando mortos para aquilo em que estávamos retidos.” Assim, eles estavam mortos para a lei pelo corpo de Cristo e casados ​​com outro, até mesmo o Cristo ressuscitado. Agora, que libertação completa foi esta, com certeza. Se tivessem sido deixados sob o velho marido, nenhum judeu poderia ter feito parte do corpo conjunto, a noiva de Cristo.
Oh! a cegueira perversa do coração do homem! Apenas pensar, depois desta libertação surpreendente daqueles que estavam sob a lei, que agora Satanás deveria ter enganado a maior parte da cristandade a ponto de persuadi-los de que estão nesta escravidão miserável.

Talvez este seja o seu estado. Como uma pobre mulher amarrada a um marido que ela não pode agradar, assim é com você. Quanto mais você tentou guardar a lei, mais falhou. Ano após ano você esperou ser melhor, mas quanto mais você olha para si mesmo, mais carnalidade e pecado você encontra. A questão é: você deve se olhar como vivo ou morto? Quero dizer, seu antigo eu pecador. O que diz a Palavra de Deus? Considerem-se mortos — mortos para o pecado — mortos para a lei. Agora, de que utilidade a lei pode ser para um homem morto? Pode ser a regra de vida para um homem morto? Mas isso não é tudo, meu companheiro crente. Você ressuscitou com Cristo — casado com Cristo ressuscitado dos mortos. Não é um com Cristo desde o Seu nascimento durante a Sua vida: Isso nunca poderia ser; Ele deve morrer ou permanecer sozinho. (Veja João 12:24.)

Propriamente falando, 1999 d.C. não está correto; deveria ser 1966 d.C. Ou seja, a verdadeira era cristã data daquele momento abençoado quando Jesus ressuscitou dos mortos. Ele primeiro respondeu completamente por nossos pecados com Seu próprio sangue precioso. Sim, e mais; Deus foi primeiro totalmente justificado em Seu julgamento justo proferido sobre nossos pecados. Esse julgamento caiu primeiro sobre nosso adorável substituto, em todo o seu peso infinito. A obra expiatória foi feita, antes que o cristianismo pudesse começar. Que Deus lhe dê entendimento neste grande fato! Pondere bem. Na salvação de Deus não há confusão. A noiva predestinada de Cristo jazia morta em pecados, sob a sentença da ira de Deus. E quando Ele se tornou homem, que no princípio estava com Deus e que era Deus, bem conhecia a justiça de Deus ao sentenciar o pecado do homem. Uma expiação infinita provou a justiça infinita de Deus. Mas tudo deve ser realizado antes que uma alma possa se casar com Cristo, ressuscitada dos mortos. Oh, a profundidade do significado dessas palavras: "Está consumado"! O cálice foi bebido. Em amor infinito, a ira foi suportada. Seus pecados — ah! mais, Ele foi feito pecado por nós para que pudéssemos ser feitos justiça de Deus nele. Não podemos nos apegar muito a esta verdade fundamental de que sozinho, diante de Deus, em Seu próprio corpo na árvore, Ele suportou o julgamento completo de Deus devido aos nossos pecados, e tudo primeiro antes de ressuscitar dos mortos e, portanto, antes do início do cristianismo. Foi uma obra completa, que nunca será repetida. Não somos casados ​​com Cristo com a questão do pecado ainda a ser resolvida e redefinida. Não, essa questão foi resolvida primeiro no Calvário, e então fomos feitos um com Cristo na ressurreição depois. Assim, se o cristianismo for realmente compreendido, se soubermos o que é ser casado com Cristo, ressuscitado dos mortos, a questão do pecado diante de Deus nunca mais poderá ser levantada. Se uma vez assim santificado, pela oferta do corpo de Cristo, para sempre aperfeiçoado é o resultado garantido. (Veja Hebreus 10:14.) Tão perfeita é a obra consumada de Cristo que os pecados nunca mais poderão ser lembrados contra o crente.

Assim ressuscitada e justificada é a igreja, e a igreja é o corpo conjunto, e o corpo conjunto é composto, primeiro, de Cristo, que é o princípio, o primogênito dentre os mortos, e, segundo, de todos os crentes nesta dispensação, unidos a Ele, a Cabeça viva e glorificada. Este não é o assunto de Romanos 7, mas este é o lugar e a posição justificados para sempre do crente, casado com Cristo, ressuscitado dos mortos. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” Para o judeu casado com o primeiro marido não havia nada além de condenação; para o cristão casado com o segundo marido não há condenação. Não é terrível confundir esses dois estados, como é o costume de alguns? Casado com Cristo, ressuscitado dos mortos — tudo é novo, uma nova criação. O pecado, a lei, a morte e a condenação não têm nada a ver com a nova criação. Eles não se apegam a ela, não pertencem a ela. Eles já passaram. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo provém de Deus.” Que estado! Um com Cristo! Que justificação! Nenhuma condenação!

E que figura para o Espírito de Deus usar: casamento! Nada na terra é tão expressivo de perfeita unidade. “E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne” (Gn 2:23). E o Espírito de Deus aplica estas mesmas palavras a nós: “Porque somos membros do seu corpo, da sua carne e dos seus ossos” (Ef 5:30). Agora sabemos que quando uma pessoa se torna uma noiva, ela entra em um novo relacionamento — o antigo passa. Ela assina seu nome pela última vez naquele mesmo dia — seu próprio nome deixa de existir. É verdade, ela é a mesma pessoa, mas está em uma posição completamente nova — um relacionamento tão permanente que somente a morte pode dissolver o vínculo. E certamente podemos dizer que, onde há afeição sincera, nenhum relacionamento é tão abençoado.

Mas quando pensamos que tudo isso é verdade para o crente — unido a Ele que ressuscitou dos mortos — que relacionamento inteiramente novo. Ah! Isso não é obra do homem; isso é totalmente de Deus. Deus ressuscitou nosso Senhor dentre os mortos, e Deus nos ressuscitou com Ele e nos fez sentar junto com Ele em lugares celestiais. Poderia o homem ter ressuscitado de estar morto em pecados para tal lugar? Não se esqueça de que o apóstolo mostra claramente a impossibilidade de até mesmo o judeu estar tanto no antigo estado quanto no novo. Todo o antigo estado passou pela morte de Jesus. Portanto, voltar àquele antigo estado — sob a lei — é tornar a morte de Cristo sem valor. Como a pessoa casada, o judeu deixa de ser judeu; o gentio deixa de ser gentio. Ambos se tornam um, unidos a Cristo na ressurreição. E, oh, quão permanente é esse relacionamento abençoado! A morte nunca pode dissolver esse vínculo. Jesus, ressuscitado dos mortos, morrerá novamente? Oh, não. “Cristo, tendo ressuscitado dos mortos, não morre mais.” E nós ressuscitamos com Ele — temos a mesma vida de ressurreição. A vida eterna nunca pode morrer. Nossa vida é tão imperecível quanto a Dele — é exatamente a mesma.

Não falo de Sua Divindade, mas de Sua humanidade ressuscitada. E pergunto: Cristo pode morrer novamente? Nem podem morrer aqueles que estão mortos com Ele e ressuscitados com Ele e um com Ele. Então eu digo corajosamente, Uma vez casados ​​ou unidos a Cristo, nada pode romper o laço abençoado e eterno. Oh! que a permanência deste relacionamento eterno fosse melhor compreendida. Oh, desperte para esta verdade maravilhosa! Você não é casado com Cristo por alguns dias e depois abandonado. Ele sabia muito bem de toda a sua indignidade e pecado, mas tudo foi suportado primeiro na cruz, e agora nada pode separá-lo do Cristo ressuscitado. É uma das bênçãos indizíveis deste casamento. 

por Charles Stanley
(Narração em áudio e vídeo por Mario Persona)

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
    
 


BABEL: A CIDADE E A TORREpor L. M. Grant...

BABEL: A CIDADE E A TORRE
por L. M. Grant

Até esse momento (Gênesis 11), havia apenas um idioma. No mundo de hoje, os homens desejam ter essa vantagem, mas Deus é mais sábio que os homens. Os homens desejam isto pela mesma razão que levou Deus a impor várias línguas sobre eles. Eles estão infectados pelo orgulho de desejarem se unir independentemente de Deus, de modo a ter uma grande civilização.
 


Eles viajaram "do oriente", literalmente "do nascer do sol". Isto é surpreendentemente típico do homem virar as costas para a promessa da vinda de Cristo ("o sol da justiça, e cura trará nas suas asas" - Ml 4:2). Tendo se esquecido da promessa de Deus, eles querem construir uma civilização sólida e unida para si mesmos. Eles deixaram as montanhas e desceram para a circunstância mais fácil da planície, onde não não são exigidos o mesmo exercício e resistência. Em vez de confiar em Deus, eles são movidos pelo que parece ser sua vantagem temporal.

Eles percebem que há força na unidade, mas não buscam unidade como em sujeição a Deus. Na planície, é claro, não encontraram nenhuma pedra para construir, então fizeram tijolos do barro disponível. "E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume por cal." (Gn 11:3). O Senhor chama a atenção para o fato dessas substituições porque Ele constrói com pedras — "pedras vivas" (2 Pe 2:5). Isso é um tipo dos crentes que são obra de Deus, não das mãos dos homens; e Ele usa a argamassa do Espírito Santo de Deus para uni-los. É claro que o tijolo não dura como a pedra, pois é feito pelo homem.

Assentar tijolos é muito mais simples do que a alvenaria de pedra, porque os tijolos são todos fabricados no mesmo molde. As pessoas que são meramente convertidas ao homem são moldadas pelo ensino particular daqueles homens — "façamos tijolos e queimemo-los bem", significa que são diligentemente treinados ao longo daquela única linha e facilmente encaixados porque suas visões são idênticas. Mas Deus constrói com pedra. Um canteiro ou cantel (profissional que constrói com pedras) deve ter muito mais habilidade do que o que assenta uma camada de tijolos, pois ele deve pegar pedras de várias formas e tamanhos e encaixá-las.

Deus converte almas de origens, culturas e convicções totalmente diferentes, e assim trabalha em suas almas para produzir uma unidade espiritual vital entre elas que é muito mais forte do que qualquer unidade planejada pelo homem, pois eles são ligados pelo Espírito vivo de Deus. Isso é unidade na diversidade, pois cada um conserva seu caráter e utilidade distintivos: seus pontos de vista não são idênticos, mas o poder vivo do Espírito de Deus supera tais diferenças, unindo-os em um vínculo de unidade espiritual genuína.

A Babel deste capítulo é típica da Babilônia do Novo Testamento (Apocalipse 17:1-18Apocalipse 18:1-24), um grande sistema religioso criado pelos homens, apesar de afirmar que é "a igreja". Os homens neste capítulo têm grandes aspirações, primeiro, "edifiquemos nós uma cidade" (v.4). É o egoísmo humano que deseja "uma cidade", um grande empreendimento do qual possam se orgulhar. Abraão tinha um caráter diferente: "esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus" (Hb 11:10). A fé pode esperar que Deus realize o que é de valor duradouro. Sua cidade será de absoluta pureza (Apocalipse 21:18) em contraste com a intriga, violência e corrupção que são características das cidades dos homens.

Eles propõem também "uma torre cujo cume toque nos céus". Este é um grande centro que se destacará acima de tudo, um símbolo de seu orgulho. Mas o centro da igreja de Deus é o Senhor Jesus Cristo, que foi "feito mais sublime do que os céus" (Hb 7:26). Os céus falam de domínio e autoridade (Dan 4:26), e o homem gostaria de tomar essa autoridade em suas próprias mãos incapazes. Mas o Senhor Jesus é exaltado "acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia" (Ef 1:20-21).

O verdadeiro objetivo desses construtores ambiciosos é expresso claramente em suas palavras: "façamo-nos um nome". Eles querem um grande nome para si mesmos. Mas o único a quem Deus dá um grande nome é o Senhor Jesus Cristo. "Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho" (Fp 2:9-10). Quão maravilhoso é, portanto, o privilégio da assembléia do Deus vivo a ser reunida em seu nome (Mt 18:20).

Eles consideraram seu edifício como o meio de impedi-los de serem espalhados pela terra, mas eles acabaram com seus próprios fins, pois por causa disso Deus os espalhou. Ele desceu "para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam" (v.5). É claro que Ele podia ver isso sem descer, mas Sua vinda para baixo mostra a realidade do interesse que Ele toma nos assuntos dos homens, insinuando que Ele chega perto o suficiente para saber tudo o que está envolvido naquilo que eles fazem. Ele vê que eles estão se aproveitando do fato de estarem unidos para executar seus esquemas ambiciosos, em independência Dele. Tendo começado a realizar tais coisas, nada os deteria de quaisquer projetos que pudessem conceber em suas mentes.

Assim como nada restringiria os construtores da torre de Babel, hoje nada poderia deter os líderes ambiciosos do mundo. As nações querem compartilhar sua tecnologia para que possam realizar mais que as gerações passadas em seus avanços na ciência e em todos os outros elementos da cultura humana. Eles trabalham duro para superar todas as dificuldades das barreiras linguísticas e do preconceito nacional, mas Deus continua a trabalhar com essas coisas para frustrá-las. Fala-se constantemente de um governo mundial, mas a grande tribulação provará que isso é mera loucura. As nações não cooperarão entre si para tornar isso possível. Somente quando o Senhor Jesus assumir Seu trono, isso acontecerá, quando todos se submeterão a Ele.

O meio pelo qual Deus suspendeu esse grande empreendimento foi simples para ele. Mas seria um grande choque para eles acharem suas línguas confusas (v.7), uns se vendo de repente incapazes de entender outros, e provavelmente pensando que os outros teriam perdido de repente sua razão. O mundo especula e argumenta sobre a origem das línguas, mas Deus resolveu a questão de maneira muito simples. Todas são o resultado de sua grande sabedoria. Os de uma mesma língua seriam, naturalmente, reunidos e separados daqueles que falavam línguas diferentes. Sua cidade foi deixada inacabada e todos foram espalhadas em todas as direções (v.8).

O nome Babel foi dado à cidade depois, e seu nome significa "confusão" por causa da confusão de línguas. O Império Babilônico surgiu bem depois disso, e muitas nações (incluindo Judá) tiveram que se curvar à sua autoridade — tipicamente se curvando para vergonha de sua própria confusão por causa da desobediência a Deus. No Novo Testamento encontramos Babilônia (com sede em Roma) causando confusão nas fileiras da cristandade, e acabará sendo julgada na época da grande tribulação, como mostrado em Apocalipse 17:1-18; 18:1-24.

("Babel: A cidade e a torre", por L. M. Grant)


por Mario Persona

Mario Persona é palestrante e consultor de comunicação, marketing e desenvolvimento profissional (www.mariopersona.com.br). Não possui formação ou título eclesiástico e nem está ligado a alguma denominação religiosa, estando congregado desde 1981 somente ao Nome do Senhor Jesus. Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)
    
 


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